O Dia Internacional da Mulher foi oficialmente criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1977. O dia 8 de março já era utilizado por movimentos femininos como uma data para celebrar a luta pelos direitos das mulheres desde o início do século 20, e vários eventos influenciaram a criação da data. Em destaque, dois são lembrados como determinantes para sua oficialização. O primeiro foi um incêndio numa fábrica de roupas em Nova York, em 1911, e levou às capas dos jornais as terríveis condições de trabalho à que as mulheres eram submetidas. O segundo, foi a marcha das mulheres russas por “pão e paz” em 1917, fato que iniciou uma revolução de efeitos globais que reverberam até hoje. No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram no início do século 20, e buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida.
O tema definido pela ONU Mulheres para celebrar a data em 2021 é “Mulheres na liderança: Alcançando um futuro igual em um mundo de COVID-19″. Grande parte dos países de maior sucesso no combate à pandemia e na resposta à saúde e aos impactos socioeconômicos mais amplos é chefiada por mulheres. Como exemplo, podemos citar chefas de Governo na Dinamarca, Etiópia, Finlândia, Alemanha, Islândia, Nova Zelândia e Eslováquia, que foram amplamente reconhecidas pela rapidez e eficácia de suas ações no combate à COVID-19. No entanto, as mulheres são chefas de Estado e de Governo em apenas 20 países em todo o mundo
Além disso, 70% da mão de obra do setor social e de saúde é composta por mulheres. Elas estão na linha de frente da crise da COVID-19 como profissionais de saúde, cuidadoras, inovadoras, organizadoras comunitárias e algumas das líderes nacionais mais exemplares e eficazes no combate à pandemia.
Mesmo diante de inúmeros indicativos desanimadores, as mulheres continuam na busca por ocupar espaços e realizar trabalhos relevantes para a sociedade. Como exemplos no Brasil, destacamos alguns nomes abaixo:
Dra. Ludhmila Hajjar, Professora da Universidade de São Paulo, médica cardiologista, porta-voz da Sociedade Brasileira de Cardiologia e chefe de UTI no Hospital da Clínicas de São Paulo, que atuou no treinamento de médicos para combate à doença e cuidado de pacientes infectados, além de participar ativamente nas reuniões de atualização sobre o avanço do novo coronavírus no país;
Dra. Margareth Dalcolmo, Pneumologista e pesquisadora clínica da Fiocruz, atuando na assistência a pacientes e em pesquisas de doenças do trato respiratório, além de membro das discussões e protocolos de orientação sobre a Covid-19;
Elizabete Mitsue Pereira, doutoranda pela Escola de Enfermagem da USP e Coordenadora da Atenção Básica do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS), responsável pela implantação do maior hospital de campanha do Brasil, o Hospital de Campanha Anhembi;
Mariângela Simão, vice-diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), com sua luta pela distribuição igualitária das vacinas no mundo;
Eloisa Bonfá, reumatologista e diretora Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, atuando na gestão do HC e em sua transformação em centro de referência para tratamento de Covid-19
Ester Sabino, imunologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP e Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP, duas das responsáveis pelo sequenciamento do genoma do coronavírus no Brasil em tempo recorde.
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